A EVOLUÇÃO DO GERENCIAMENTO DE PROCESSOS

Olá leitor BPM,

Sei que explicações conceituais sobre BPM são muito comuns, mas não posso deixar de publicar este artigo que explica a evolução da gestão de processos e é importante entendermos essa história.

Boa leitura,


O gerenciamento de processos tem evoluído com muita rapidez, por isso não custa relembrar como se deu essa evolução:

1. TQM - Total Quality Management
2. BPR - Business Process Reengineering
3. Process-Oriented Organization Design
4. Process-Base Competition

1 - A ideia por detrás da primeira onda, TQM - Total Quality Management, era a de estabelecer na empresa um processo de melhoria contínua. A TQM teve grande propagação nos anos 80, altura em que falava da revolução da qualidade. Apesar da febre da qualidade e da certificação ter diminuído um pouco, a primeira onda da gestão de processos continua atual e permanece como um elemento essencial para manter a eficácia nas organizações atuais. A ideia, hoje consensual, de que a empresa tem que criar valor para os seus clientes e, para isso, tem que melhorar os seus processos de negócio, vem desta fase. 

Faz-se mais clara a distinção entre: 

• Eficiência: ligada ao custo  

• Eficácia: ligada à qualidade e à satisfação do cliente 

2 - A febre da reengenharia deu-se nos anos 90. Ao contrário do que muitos pensam, um processo de reengenharia não tem a ver com redução de custos e de pessoal. A reengenharia é uma abordagem de melhoria dos processos organizacionais que utiliza todas as potencialidades das tecnologias da informação para repensar o desempenho da empresa. Quando se fala do desempenho, é importante incluir uma vertente inter-departamental, já que o importante é encontrar sinergias dentro da própria empresa. As empresas que pensaram que o processo de reengenharia era simplesmente uma forma de fazer downsizing, cortar custos, nomeadamente despedindo pessoal, tiveram sérias dificuldades, pois, por exemplo, perderam alguns talentos para a concorrência. Hoje, já se fala pouco em reengenharia, apesar dos seus pressupostos (melhorar o desempenho da organização através de uma utilização adequada das tecnologias de informação) continuarem a ser essenciais. 

3- Desenho Organizacional orientado ao processo - Um processo de gestão só terá êxito se conseguir envolver todas as estruturas da gestão, todos os departamentos e todas as pessoas. De fato, criam-se nas empresas, mesmo as mais pequenas, relações de poder, hábitos e estruturas que são muito difíceis de alterar impondo uma nova solução. Se a empresa leva em consideração: a liderança, a estrutura, o desempenho, o envolvimento de todos, etc, a gestão de processos instalada pode, de fato, tornar-se uma força que permite atingir a excelência. 

4 - Ao contrário das anteriores, a quarta onda apoia-se na anterior. Não é uma fase alternativa mas só faz sentido se for integrada. Um ponto da maior importância mas que é, muitas vezes, esquecido é todo esse esfôrço de gestão de processos tem que ter em conta e estar alinhado com a própria estratégia da empresa. Por isso, frequentemente, a primeira coisa a fazer antes de iniciar qualquer processo numa organização é saber claramente quais as balizas que a empresa define para si própria. Os processos escolhidos anteriormente têm que ser úteis para satisfazer aos objetivos estratégicos da empresa. Senão podem ser muito eficazes mas não respondem às necessidades da organização.

Fica claro que BPM é uma evolução resultante dos esforços desses 30 anos ou mais (se imaginarmos os conceitos desde a revolução agrícola, industrial, etc.) pois  a evolução não pára e a gestão precisa acompanhar as mudanças

A pergunta é ?  O que fazer para se adaptar ? 

"... ou as empresas se adaptam ou morrem. O sucesso dos sobreviventes depende da eficiência e da velocidade com que eles se adaptam às mudanças do ambiente externo." 

Rummler (1992, p.17)